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Bulimia: inimiga íntima.


garota comendo abaixo das cobertas.

Dentre as coisas que mais incomodam uma mulher, olhar-se no espelho e não se agradar do que vê é uma das mais dolorosas. Importar-se tanto com a aparência parece fútil à primeira vista, mas a maioria das meninas e mulheres cresceu ouvindo histórias de lindas princesas que conheceram seu príncipe e viveram felizes para sempre. A cadeia de eventos para a felicidade, de acordo com os contos de fadas, é:

BELEZA       →     PRÍNCIPE        →      FELICIDADE

Não importa o quanto se cresça, esse roteiro de felicidade é o que continua a inspirar várias gerações de mulheres. A preocupação com a aparência começa na infância, entretanto ganha força na adolescência, com belas protagonistas de filmes ora salvando e ora sendo salvas pelos mocinhos. O enredo da vida conforme o clichê holiwoodiano: a personagem principal feminina tem que ser obrigatoriamente bonita.

princesa na floresta

Querer ter uma boa aparência não é crime nem pecado. O problema é imaginar que o final feliz só existe para quem é extremamente bonita. Por vários motivos as garotas acreditam que com a aparência perfeita obterão a felicidade.

Há algum tempo o padrão estético elogiado é a magreza. A mulher magra com musculatura definida é vista como sinônimo de vitória e beleza. Para chegar nesse padrão magro garotas e mulheres adotam hábitos de vida muito rigorosos. Suas regras se tornam leis rígidas, as quais se quebradas são punidas duramente. Caso fosse definir seu modo de vida poderia dizer que vivem em uma ditadura. Nessa ditadura o carcereiro e torturador não são pessoas, mas a ideia de perder tudo o que têm (a aparência).

O medo de engordar pode ser tão avassalador que passa a perseguir em todas as refeições. Em pouco tempo a paz entre as refeições também some, pois a culpa se torna uma perseguidora implacável. Tal situação pode chegar a se tornar doença como a anorexia. É comum que quando a rigidez das dietas super restritivas são quebradas a pessoa comece a apelar para o uso de laxantes e diuréticos de modo e frequência exagerados. Os exercícios físicos também já não são feitos por prazer, mas por medo de engordar e “desperdiçar” todo esforço para não comer. Com a repetição do ciclo (privação de comida – compulsão – métodos de purgação) se instala a bulimia nervosa.

homem com adesivo e prato com maçã

A bulimia é um transtorno mental repleto de dor. Há a dor:

  1. Pelo desespero de engordar;
  2. Pela grande lista de alimentos proibidos;
  3. Pela grande obsessão por comer e por comida;
  4. Pela compulsão a comer cada vez em que sente que perdeu o controle;
  5. Pelo uso de diuréticos, laxantes e vômitos induzidos.

No início vomitar parece uma solução simples e eficiente contra o aumento de peso. Porém, logo se descobre que o desejo de permanecer horas com pouco alimento e evitar comidas calóricas não é maior que processos orgânicos que levam a ingerir muita comida após grande privação. Quanto maior a privação forçada maior a compulsão por grande quantidade de comida e da pior qualidade.

Iniciar a bulimia como uma opção para emagrecer é pura falta de conhecimento sobre o funcionamento do corpo e da vida das bulímicas (uso o termo bulímicas porque o transtorno da Bulimia Nervosa atinge principalmente jovens e pessoas do sexo feminino). Não se emagrece com bulimia. Há estatísticas que apontam que muitas pessoas que têm bulimia apresentam o peso considerado normal ou têm sobrepeso. A verdade é que quanto mais a pessoa tenta se livrar da comida vomitando, mais ela volta a comer compulsivamente.

mulher recusa sanduiche

A imagem que se guarda da mulher feliz é a da princesa e da protagonista de filme: magra e bela. É comum entre as mulheres se liberar para ser feliz somente depois que atingir a magreza. Contudo, na vida real estar magra nem sempre é estar feliz, principalmente quando se desiste dos prazeres da vida em prol da magreza.

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