A palavra compaixão me deixou muito curiosa quando a vi em textos científicos sobre comportamento humano. As pesquisas na área da saúde têm mostrado profundidade e amplitude de efeitos benéficos nas pessoas que praticam a terapia focada em compaixão.
Muitos filósofos ocidentais há vários séculos têm se focado em entender o que leva a humanidade à felicidade. Tal busca já existia antes de existir a filosofia. Durante muito tempo a ciência da Psicologia focou no entendimento de psicopatologias (conforme atesta Martin Seligman). Ter como objetivo a busca da felicidade entrou como conteúdo importante na psicologia, neurociências e biologia no século XXI. E o conhecimento científico tem se enriquecido com as evidências de grandes instituições de estudo e pesquisa sobre a compaixão.
A felicidade se chega por via da compaixão. Compaixão pelos outros e por si torna a vida mais leve. A princípio, ouvidos ocidentais entendem compaixão como ser excessivamente benevolente com erros e omissões. Já o entendimento oriental é diferente e trás milênios de conhecimentos enraizados. Dentro da filosofia oriental, dentre elas o budismo, a compaixão promove a mudança do que necessita ser mudado. A compaixão entende que ser compreensível com nossas falhas não é desistir de melhorá-las. Pelo contrário, é colocar-se em um nível emocional mais propício à mudanças internas.
Um olhar com mais compaixão sobre os sintomas de nossa infelicidade nos dá força para caminhar em direção de nossos valores mais importantes. A sabedoria está no entendimento de que lutar contra si é algo que adoece. Acompanhar e observar nossos próprios pensamentos e sentimentos é agir com inteligência e coragem.
Se a palavra compaixão nos remete a algo religioso, Paul Gilbert (cientista) nos mostra o quanto se pode ganhar trazendo seus conceitos para o dia a dia. Quando o conhecimento milenar e as atuais pesquisas científicas concordam no que é preciso para a felicidade, sinto-me duplamente confiante em receitar: compaixão, compaixão e compaixão!
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