Setembro é o mês de prevenção ao suicídio e uma das causas mais frequentes que leva a esse ato é a depressão. Infelizmente, o suicídio ainda é considerado tabu e há muita desinformação sobre a depressão. O conhecimento é o melhor meio de prevenir o adoecimento pela depressão, capaz de minimizar seu impacto e ajudar a retomar o sabor de viver, portanto divulgar soluções embasadas na ciência mostra-se essencial para a saúde e para a vida.
A desinformação a respeito da depressão aprofunda a dor de quem já está sofrendo, pois ser acusado de ser o responsável por estar com dor não gera alívio (seja dor física ou psicológica). Ao vir alguém acidentado na rua, contorcendo-se de dor, ninguém ousaria criticar a vítima por ter saído de casa e ter se acidentado, mas sim prestaria socorro. Os padecimentos físicos recebem o devido zelo, contudo ao se tratar se sintomas além do campo da visão é comum o escarnio e zombaria. Muitas pessoas não sabem reconhecer nem lidar com a dor psíquica por não ser visível aos olhos. Mas, o drama das tentativas de suicídios nos revela que o tormento em nível psíquico existe e pode ter consequências fatais.
Estar com depressão NÃO é:
sinal de fraqueza;
de baixa força de vontade;
nem é querer chamar atenção.
A depressão É uma doença que conta com sintomas fisiológicos e comportamentais. É uma doença que exige cuidado e atenção tanto da pessoa acometida quanto de seus familiares e amigos. Qualquer pessoa, em qualquer momento da vida, pode sentir tristeza (e não há nada errado com isso), contudo a depressão é uma situação patológica que requer auxilio enquanto a tristeza costuma diminuir sem ajuda de outras pessoas e faz parte da existência humana.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em estudo de 1990, comparou todas as doenças médicas e estabeleceu o transtorno maior unipolar (popularmente chamado apenas de depressão) como a quarta maior causa de incapacidade. Nesse estudo a OMS estimou que em 2020 a depressão será a segunda maior causa de incapacidade no mundo.
A depressão apresenta diferentes graus (leve, moderado ou grave). Seus principais sintomas são humor depressivo, energia reduzida e perda de interesse ou prazer. Em níveis graves de depressão pode haver desesperança, isto é, expectativas negativas em quase todas as áreas da vida e sobre o futuro. Não ver perspectivas de melhora ou alívio dos problemas aliado ao humor depressivo sinaliza alerta!
No transtorno há componentes biológicos, sociais e psicológicos envolvidos. Como é uma situação complexa que pode desencadeá-lo o TRATAMENTO é realizado com psicoterapia e, às vezes, farmacoterapia, pelo período necessário. A terapia tem a finalidade de ajudar o cliente a desenvolver um modo de vida mais saudável, tornar-se mais consciente, independente da terapia e feliz. Psicoterapia é muito mais do que falar sobre os problemas, mas novos e saudáveis modos de viver começam quando se rompe o silêncio do medo e preconceito e fala-se sobre as dores.